Semana 11 - dentro fora

Desenhar todos os sentidos, o invisível aos olhos. Observar os contornos visíveis, delimitar espaços. Olhar para dentro e também nos olhos. Olfato, audição, tato e paladar por um lado, e visão pelo outro. Quatro sentidos por dentro, um por fora, olhando para o espelho que me enxerga de volta repetidamente. Repetir outras vezes para "ressentir" (sentir de novo).


Em quase lua nova, estava com a cabeça bastante cheia de ideias e conceitos do que estou lendo no Doutorado (Bergson, Harvey e Lourdes Castro foram os recebidos do dia). Tinha aula de desenho à tarde, depois à noite, tinha yoga também mas faltei tudo para ficar na biblioteca lendo, organizando ideias e pesquisando. Na verdade, fiquei o dia inteiro me sentindo quase obrigada a ir nas aulas de desenho e yoga, mas queria mesmo era ficar na minha, com meus pensamentos e tirando da cabeça as ideias da tese. Perdi o ônibus quase que propositalmente achando que estava com tempo e então decidi voltar a casa para cozinhar o almoço da semana.

No caminho para casa, estava pensando na ideia de me desenhar novamente através do espelho e enquanto pensava isso, passei por uma manifestação feminista na Almirante Reis. Isso junto com a lua quase nova foram dois sinais de que tenho que escutar o meu instinto feminino, que pedia descanso e introspecção. 

Chegando em casa, recuperei um caderno de desenho A3 que a Alexia, uma amiga que me inspirou a estudar desenho, me deu antes de ir embora. Antes de me desenhar olhando no espelho, fiz uma espécie de "body scan", e desenhei o que sentia no meu corpo, dentro dele e em todas partes, o que não é possível ver (exceto o piercing, aparelho e relógio, objetos externos ao meu corpo). Depois disso, me desenhei me observando no espelho que ganhei no casamento da Shruti. No total fiquei em torno de uma hora nesse processo. Por dentro, costas que querem estalar, por fora, olheiras que não deixam de se instalarm... mas é genético.

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